quinta-feira, 20 de junho de 2013

A Boa Semente

Coronel PM Zinder José Guedes Cardoso / Comandante da 2ª RPM

Vivemos em um mundo conturbado, em um processo cultural contemporâneo que valoriza quase sempre o status pessoal, por aquilo que simplesmente nós temos, fruto da busca de uma colocação social, que nós entendemos ser importante, para termos aceitação e determinado poder, nos distinguindo do outro, sendo uma célula única neste grande universo criado por Deus.
Quando nós nos apegamos ao ter, agregamos sentimentos e valores que são à base de nossa conduta, buscando sempre alicerçar a vida na conquista e no acúmulo de referências ou coisas, o importante nesse processo é ter, independente do ser, reforçado quase sempre pelas mídias/redes sociais, onde nos impulsiona a sonhar com aquilo que é custoso ter ou nos reprime por reforçar a distância em poder ter.
O problema é que a semente que germina nesta linha de pensamento, não inclui as frustrações e como gerencia-las, pois o foco é só em ter, abrindo possibilidades para problemas de saúde de ordem física, mental e espiritual.
Quais são os mais afetados? Em minha opinião os adolescentes.
São aqueles que estão em fase de transição, física, psicológica e espiritual, vulneráveis, pois nem todos terão condições de terem aquilo que é cultuado, quase sempre em nossa sociedade e vendidos nas grandes empresas de propagandas das mídias tecnológicas de informação.
Nos meus trinta e três anos de serviço prestados a Polícia Militar, com vários cursos na área de prevenção a drogas, tenho o entendimento que uma das bases que motivam ao consumo de drogas, é a frustação do jovem ou do jovem adulto, em querer ter e não poder ter, se desmotivando, diminuindo a sua perspectiva, que se não apoiado pela família, a tendência é ser abraçado pelo tentador “Traficante”, o oportunista dos aflitos.
Neste caso a planta seca, ou a árvore não dá bons frutos, pela semente ter sido semeada em terra árida. A aridez da terra que aqui é representado pela “Alma”, faz com que este sujeito em formação procure subterfúgios como âncoras da motivação, como por exemplo: álcool, cigarro, maconha, crack, cocaína ou outras drogas, que tem a falsa sensação de bem estar.
Esta falsa sensação é cobradora, ou seja, ela cobra o que o Jovem tem de mais precioso, a sua liberdade, ficando preso a um comprimido, pó, pedra, cigarro, líquido, para ser feliz, coisas malignas e milhares de vezes menor que este jovem, mais com o poder da sedução, destruído tudo ao seu redor, principalmente a sua dignidade e família.  
Mais Deus nos possibilitou a reconciliação, através do perdão e seu filho Jesus Cristo a ressurreição  ou seja, nós podemos e temos o poder de mudar o rumo de nossas vidas, é só acreditar que somos capazes de fazê-lo “voltar a ser livres”.
Então! A saída é trabalharmos para que os nossos jovens sejam alicerçados no pensamento do “SER”, ou seja, a Boa Semente.
Ser bom, ser leal, ser amigo, ser um bom cidadão, ser livre para escolhas saudáveis, focadas em princípios sociais que lhe faça bem independente do ter, não importa mais neste processo só coisas materiais.
Quando focamos a vida em boas escolhas e no ser, conseguimos superar as atribulações, porque vem do nosso íntimo “Coração” e não das Drogas, do beber para criar coragem ou ser feliz, da maconha para esquecer os problemas ou se enturmar, fumar Crack para ficar maluco ou doidão, fumar cigarro para demonstrar sua maturidade e tantas outras idiotices.
Longe dessas coisas que nos fazem mal fisicamente e espiritualmente, criamos uma nova perspectiva de vida, fincamos a nossa história nesta sociedade que precisa de mais jovens focados no ser do que no ter.
Finalizo com as palavras do Padre Fabio de Melo aqui em Lages na Festa do Pinhão, “Para que a vida seja bonita devemos cuidar do nosso Jardim”.

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