Coronel PM Zinder José Guedes Cardoso / Comandante da 2ª RPM
Vivemos em um mundo
conturbado, em um processo cultural contemporâneo que valoriza quase sempre o
status pessoal, por aquilo que simplesmente nós temos, fruto da busca de uma
colocação social, que nós entendemos ser importante, para termos aceitação e
determinado poder, nos distinguindo do outro, sendo uma célula única neste
grande universo criado por Deus.
Quando nós nos apegamos ao
ter, agregamos sentimentos e valores que são à base de nossa conduta, buscando
sempre alicerçar a vida na conquista e no acúmulo de referências ou coisas, o
importante nesse processo é ter, independente do ser, reforçado quase sempre pelas
mídias/redes sociais, onde nos impulsiona a sonhar com aquilo que é custoso ter
ou nos reprime por reforçar a distância em poder ter.
O problema é que a semente
que germina nesta linha de pensamento, não inclui as frustrações e como
gerencia-las, pois o foco é só em ter, abrindo possibilidades para problemas de
saúde de ordem física, mental e espiritual.
Quais são os mais afetados?
Em minha opinião os adolescentes.
São aqueles que estão em
fase de transição, física, psicológica e espiritual, vulneráveis, pois nem
todos terão condições de terem aquilo que é cultuado, quase sempre em nossa
sociedade e vendidos nas grandes empresas de propagandas das mídias
tecnológicas de informação.
Nos meus trinta e três anos
de serviço prestados a Polícia Militar, com vários cursos na área de prevenção
a drogas, tenho o entendimento que uma das bases que motivam ao consumo de
drogas, é a frustação do jovem ou do jovem adulto, em querer ter e não poder
ter, se desmotivando, diminuindo a sua perspectiva, que se não apoiado pela
família, a tendência é ser abraçado pelo tentador “Traficante”, o oportunista dos
aflitos.
Neste caso a planta seca, ou
a árvore não dá bons frutos, pela semente ter sido semeada em terra árida. A
aridez da terra que aqui é representado pela “Alma”, faz com que este sujeito
em formação procure subterfúgios como âncoras da motivação, como por exemplo:
álcool, cigarro, maconha, crack, cocaína ou outras drogas, que tem a falsa
sensação de bem estar.
Esta falsa sensação é
cobradora, ou seja, ela cobra o que o Jovem tem de mais precioso, a sua
liberdade, ficando preso a um comprimido, pó, pedra, cigarro, líquido, para ser
feliz, coisas malignas e milhares de vezes menor que este jovem, mais com o
poder da sedução, destruído tudo ao seu redor, principalmente a sua dignidade e
família.
Mais Deus nos possibilitou a
reconciliação, através do perdão e seu filho Jesus Cristo a ressurreição ou
seja, nós podemos e temos o poder de mudar o rumo de nossas vidas, é só
acreditar que somos capazes de fazê-lo “voltar a ser livres”.
Então! A saída é trabalharmos
para que os nossos jovens sejam alicerçados no pensamento do “SER”, ou seja, a
Boa Semente.
Ser bom, ser leal, ser
amigo, ser um bom cidadão, ser livre para escolhas saudáveis, focadas em princípios
sociais que lhe faça bem independente do ter, não importa mais neste processo só
coisas materiais.
Quando focamos a vida em
boas escolhas e no ser, conseguimos superar as atribulações, porque vem do
nosso íntimo “Coração” e não das Drogas, do beber para criar coragem ou ser
feliz, da maconha para esquecer os problemas ou se enturmar, fumar Crack para
ficar maluco ou doidão, fumar cigarro para demonstrar sua maturidade e tantas
outras idiotices.
Longe dessas coisas que nos
fazem mal fisicamente e espiritualmente, criamos uma nova perspectiva de vida,
fincamos a nossa história nesta sociedade que precisa de mais jovens focados no
ser do que no ter.
Finalizo com as palavras do
Padre Fabio de Melo aqui em Lages na Festa do Pinhão, “Para que a vida seja
bonita devemos cuidar do nosso Jardim”.
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