Foto: Barbara Zanoni |
Todo ano, na
época do feriado de Corpus Christi, a cidade de Lages ganha novo cenário, a
Festa Nacional do Pinhão, que tornou-se um evento de referência para os
lageanos. Mas, você sabe como ela nasceu? Em que ano? Que foi seu idealizador?
As respostas a estas perguntas podem ser encontradas nesta entrevista do
escritor e colunista do Correio Lageano Névio S. Fernandes.
- Quem foi o idealizador da Festa?
A realidade dos
fatos, é que o introdutor intelectual dessa festa que está adquirindo tradição
a cada ano que passa, é o saudoso Aracy Paim, que foi um misto de homem de
tradicionalismo, comerciante e pessoa inteiramente dedicada à causa turística.
Mais tarde,
Aracy Paim tornava-se um autêntico homem ligado ao movimento tradicionalista.
Por alguns anos foi Patrão do CTG Planalto Lageano, promovendo bailes de São
João e outras atrações gauchescas na Casa da Tradição do Parque de Exposições
do Conta Dinheiro, que no seu dizer era o prosseguimento da Festa do Pinhão por
ele idealizada.
Desta maneira,
com todas as honras, cabe a Aracy Paim a feliz e genial ideia de ser o pioneiro
da Festa do Pinhão.
- Em que ano isso aconteceu?
No ano de 1973,
quando era Assessor de Turismo do Município, Aracy Paim resolveu instituir a
festa, baseada na grande cultura lageana.
- Qual era a ideia inicial?
A princípio, era sua ideia dar o nome de Festa
do Pinheiro, quando até participei de reunião na prefeitura para tratar do
assunto. De repente, Aracy ergueu a voz aos presentes e disse: "esta festa
vai homenagear o pinhão", que aliás, no seu entender; trazia raízes de um
legeanismo autêntico.
No mesmo ano,
uma espécie de stand foi montado na Praça João Costa e ali durante alguns dias
compareciam gaiteiros e cancioneiros de Lages e região, que movimentavam o
ambiente de dia e à noite com seus vastos repertórios. Para variar, era
realizada uma sapecada de pinhão no local e eram comercializados uma série de
iguarias típicas da região.
- Como o senhor vê este contexto da Festa nos dias de
hoje?
Algo do que
muitos imaginam ou conhecem, com atrações do maior e elevado número de
conjuntos artísticos, canções nativistas em sua Sapecada Nacional, comidas
típicas, como motivos do pinhão, atrações nacionais e tudo o mais que
caracteriza nossos costumes de povo campeiro e ligado às tradições gauchescas.
Não fossem a fé e a esperança sempre renovada
dos lageanos, o dinamismo e o espírito empreendedor daqueles que cultivam o
pinheiro, não estaríamos hoje transformando a Festa do Pinhão num certame
magnífico a mostrar aos que nos visitam a força dos que se propõem a fazer de
Lages um centro dos mais expressivos do sul do País.
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