O Lendo e Relendo aproveita esse dia 8 de março, para pensar
sobre uma realidade enfrentada pela educação, são conceitos e paradigmas que
precisam ser rompidos na sociedade. Muito já se conquistou, mas ainda há muito
que ser transformado.
A reportagem é de Simone Harnik, do Todos pela Educação.
As mulheres compõem 81,5% do total de professores da
educação básica do país. Em todos os níveis de ensino dessa etapa, com exceção
da educação profissional, elas são maioria lecionando. De acordo com dados da
Sinopse do Professor da Educação Básica, divulgada pelo MEC (Ministério da
Educação) no fim de 2010, existem quase 2 milhões de professores, dos quais
mais de 1,6 milhão são do sexo feminino.
Esse percentual pode ser explicado historicamente, como
aponta a socióloga Magda de Almeida Neves, da PUC-Minas (Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais). Segundo ela, a sociedade brasileira
associa a função do professor a características geralmente consideradas
femininas, como a atenção, a delicadeza e a meiguice.
Esses predicados são comumente associados aos de uma mãe e,
para possuí-los não é necessário qualificação profissional. Com isso, os
salários do magistério podem ter sofrido impactos, se desvalorizando frente a
outras profissões e fazendo com que a Educação permaneça como um
"gueto feminino no mercado de trabalho", nas palavras de Magda.
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