No informativo Lendo e Relendo do dia 29-02-12, página 9 teremos um artigo falando sobre Educação e Sociedade. Quem quiser pode conferir o conteúdo na íntegra aqui no blog:
EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Por Zinder José Guedes Cardoso
Tenente Coronel da Polícia Militar de Santa Catarina
A importância da Escola neste século, passa do bairro onde ela esta localizada para o mundo onde ela esta conectada, via redes sociais.
A partir dessa visão, temos o educador um profissional capacitado que tem como objetivo transformar a informação em conhecimento, a fim de transmitir aos alunos.
O futuro desse indivíduo - aluno esta na compreensão e na reflexão do seu papel na sociedade, onde a sua identidade tem que ser formada dentro dos padrões de interação institucional ou seja com valores regras e cultura.
Com a visão global por parte do indivíduo – aluno, a escola tem um papel importante na construção do seu conhecimento, que tem que ser aberto e crítico, voltado para as metodologias de ensino que exercitam a reflexão e a crítica e não metodologias antiquadas.
Por tanto, a educação esta ligada diretamente a realidade social, refletiremos neste artigo, a educação como redenção, reprodução e transformação da sociedade e por consequência o gerenciamento de problemas atuais relacionados à violência e criminalidade no ambiente escolar.
Educação como Redenção da Sociedade
A educação como alicerce da sociedade tem um papel fundamental na formação da personalidade dos indivíduos, para a construção de sua identidade, onde se agrega valores morais e éticos necessários à convivência social, nada mais tem que fazer do que se estabelecer como redentora da sociedade, integrando harmonicamente os indivíduos no todo social já existente.
Toda via, a educação exerceria sua função no ordenamento e equilíbrio permanente, firmando o indivíduo na sociedade, reforçando e resgatando os laços familiares, morais e culturais, promovendo assim a coesão social a fim de garantir a integração de todos os indivíduos no corpo social. Pois em vez dela receber a interferência da sociedade, é ela que interfere, quase de forma absoluta, nos destinos do todo social, curando-o de suas mazelas.
Segundo Bologna (1998, p. 54) “O mundo global é um mundo que subtrai à maioria dos homens suas soluções anteriores, raramente conferindo-lhe acesso as novas soluções”.
A educação redimiria a sociedade, investindo seus esforços em gerações novas, com uma metodologia que não despreza-se o antigo e sim o redimensionasse para o novo, com uma visão progressista que acompanhasse o desenvolvimento tecnológico da educação, mas sem perder a sua identidade.
As estratégias de combate a criminalidade e violência estariam nesta concepção pedagógica na construção de uma nova sociedade.
Educação como Reprodução da Sociedade
A educação nesse aspecto exerce seu papel dentro da sociedade e exclusivamente ao seu serviço. A diferença é que a redenção atua sobre a sociedade, corrigindo os seus desvios, tornando-a melhor e mais próxima do modelo de perfeição social harmônica idealizada.
Já a educação reprodutora visa incluir na escola os condicionantes sociais, econômicos, e políticos.
Então a escola é o instrumento criado para conduzir o aluno a seguir as normas de uma sociedade produtiva, tornando-se competente tecnicamente para manter uma sociedade determinada, onde ele estará sendo preparado não pelo perfil inovador e criativo e sim pelo perfil já determinado por aqueles que detém o poder.
Essa prática escolar que perpassa a vida das pessoas, da infância à maturidade, deixa sua marca indelével na personalidade de cada um reproduzindo a força de trabalho; reproduzindo mais propriamente as relações de produção de uma dada sociedade. Os papéis definidos pela divisão social do trabalho se especificam conforme a escolaridade de cada um.
A organização do trabalho do professor deve ser vista também como sendo determinada pela relação com o Estado, como representante e expressão do capital, relação essa que constitui o modo formal do trabalho do professor. Em relação ao modo formal, distingue-se o professor da escola privada do professor da escola pública, pois do primeiro por ser particular não tem a tendência de reprodução, já o a pública se condiciona a reproduzir padrões. (Wenzel,1994,p.55) .
O importante é deixar claro que a sala de aula é um local de reflexão e não de condicionamento de padrões, onde o aluno é conduzido para a construção do pensamento, a fim de melhorar o meio onde ele vive, ou seja, em relação as estratégias de combate a criminalidade as condicionantes estariam alicerçados no ambiente atual social e não em outras perspectivas, ação e reação.
Educação como Transformação da Sociedade
A educação de transformação é utilizada como impulsora da sociedade, pois não tem tendência redentora e nem reprodutiva. Ela desenvolve seu papel como mediadora de um projeto social, ou seja, pretende demonstrar que é possível compreender a educação dentro da sociedade, com seus determinantes e condicionantes.
O importante é que ela, usa um método flexível que serve a um projeto, a um modelo, a um ideal de sociedade na sua prática. Se o projeto for conservador, medeia a conservação, se for de transformação medeia a transformação se for autoritário medeia a realização do autoritarismo e pôr fim se for democrática medeia a democracia, ou seja, não reproduz mecanicamente, poderá transformar criteriosamente a educação, a serviço de um projeto de libertação das maiorias dentro da sociedade.
Dentro de uma sociedade capitalista não é fácil aos educadores aplicarem a educação de transformação, pois terão que desenvolver métodos educacionais que visem agir estrategicamente nas próprias contradições da sociedade. É através dessa contradição que o educador trabalha a realidade social.
Só empreendedores podem exercer a plenitude feliz de sua criatividade. E só livres pensadores podem empreender.
Educar para autonomia é, pois, assumir o gozo libertário mas também o ônus à vaidade e ao poder, que se estabelece sempre que estimulamos os discípulos para que se tornem seus próprios mestres, evidentemente em uma perspectivar solidarista e não egoísta.
“Aprender a pensar”, “aprender a prender”, “aprender a buscar”, “aprender a inventar”, sempre serão grandes metas de uma educação digna, seja para expansão de qualidades pessoais, seja para o desenvolvimento de uma nação. A isso chamamos autonomia intelectual, que esta na educação transformadora.
A escola tenderá a ser transformar, cada vez mais, numa ponte de significados sobre a auto-estrada das informações e dos conhecimentos, com questão que são muito familiares para os educadores, que trabalham no cotidiano.
Porque os conhecimentos e informações se adquirem sozinhos, enquanto significados se constróem interagindo com o outro. E a escola é um espaço de convivência e troca de significados. Neste contexto, “a educação poderá contribuir para a transformação social.” . A cultura é significado e nada mais coletivo, como produto, que a cultura. A comunicação, nesse sentido é a possibilidade de que muitos significados circulem e entrem em concorrência, em condições de igualdade. O professor está hoje sendo levado a parar e entender que não é mais a única fonte legítima de conhecimento para seu aluno. Talvez este seja mais hábil e mais rápido para ir à internet buscar um monte de informações! Mas enquanto isso acontece fortalece-se o papel que o professor sempre teve de ajudar o aluno a dar sentido às informações, avaliando, criticando, compreendendo, julgando a pertinência e aplicando-as na vida prática, voltado aos interesses da sociedade.
Isso terá cada vez mais impacto sobre a atividade docente. O professor não precisa ser a única fonte de conhecimento para legitimar-se entre os alunos. Os conhecimentos podem vir da Internet, da televisão, do vizinho, da prática social, do trabalho. Mas o sentido que esses conhecimentos podem constituir é uma coisa que esse professor pode e deve trabalhar. E quem trabalha sentindo trabalha linguagem; trabalha a língua e trabalha as demais linguagens: a linguagem do corpo, da música, das artes, da informática, como recursos para construir sentido, que permitam à pessoa navegar na enxurrada de informações sem se afogar-se.
O importante que a abordagem educacional esta mudando, para não só abraçar o filho aluno e sim para conduzi-lo ao futuro e prepara-lo para a aldeia global.
Por fim, este trabalho apresentou três formas de agir, politicamente, no contexto da prática pedagógica.
A tendência redentora, visa o otimismo dentro da ação pedagógica, ressaltando que a educação tem poderes quase absolutos sobre a sociedade. A tendência reprodutiva é crítica na relação educação e sociedade, porém inerte em ações de transformação, sendo que seu entendimento é submeter-se a seus condicionantes. Por último, a tendência transformadora, que é crítica é contra ao otimismo ilusório e o imobilismo. Busca compreender a educação dentro de seus condicionantes, procurando agir estrategicamente a fim de transformar a sociedade dentro de seus aspectos reais.
O importante é o educador assimilar cada uma dessas tendências em sua base filosófica, para que passa orientar seu trabalho. O que não pode é ficar sem nenhum delas, pois, como dissemos, quando não pensamos, somos conduzidos por outros.
O educador com as novas demandas sociais tem que se aprimorar para que a sua visão seja voltada para o mundo, com aplicação na sala de aula. A proposta atual de ensino é conduzir o aluno a refletir, ser crítico, para que possa ser despertado o interesse pelo novo e não pelo o que esta constituído e firmado.
Como a tendência das instituições de ensino na região sul é a transformadora podemos sim alterar alguns cenários que nos assolam, como a criminalidade e violência.
Para tanto, temos que apoiar as instituições de ensino, seja do município, estado ou particular, bem como, outras instituições sérias em seus projetos educacionais ou prevenção, porque os apoiando estaremos alicerçando um futuro melhor para nós e para nossos filhos.
Casos de traficantes na frente da escola ou trafico entre alunos, casos de bulling ou qualquer fato que venha a quebrar a tranqüilidade pública na instituição de ensino ou circunvizinhança, todas as entidades e não só a escola devem se reunir e estudar as medidas necessárias de gerenciamento para aquela crise, podendo envolver vários órgãos governamentais ou não.
Não existe uma fórmula para a solução do problema mais vários encaminhamentos, aliás, você conhece a rede de proteção de seu município para prevenção às drogas e atendimento de pessoas usuárias e ou dependentes químicos. Você conhece os projetos educacionais de prevenção as drogas e bulling na escola de seu filho. E os outros projetos de qualidade de vida. Então procure se informar para termos uma sociedade melhor, é o mínimo para uma vida melhor com responsabiliadade.
Finalizo citando a Bíblia Sagrada Evangelho de São Marcos 2: 22 ‘E ninguém põe vinho novo em odres velhos, se o fizer, o vinho os arrebentará e perder-se-á com os odres, mas para vinho novo, odres novos’.
Para adotarmos uma metodologia educacional e de vida de transformação para uma vida melhor, devemos repensar nossos atos e ações, mudar para agregar e compartilhar, porque você meu amigo não vive em uma ilha.
BALISTRERI, Ricardo Brisola. Cidadania e Direitos Humanos: Um Sentido para Educação. 1.ed. Passo Fundo,-RS.:Parter Editora, 1999.
Referências
BALISTRERI, Ricardo Brisola. Cidadania e Direitos Humanos: Um Sentido para Educação. 1.ed. Passo Fundo,-RS.:Parter Editora, 1999.
BOLOGNA, José Ernesto. A morte do dois e escravidão do um (a escola, o educador e globalização). Pátio. Porto Alegre. V.1. n.4. fev/abr.1998.
ESTEFANO, Elizete V.V. Trabalho Acadêmico: Regras Gerais de Elaboração. Biguaçu-SC.UNIVALI.2001.
LUCKESI, Carlos Cipriano. Filosofia da Educação.13.ed.São Paulo: Cortez.1990. p. 37-51.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARARNÁ. Relatório de atividades educacionais 1995. Curitiba, 1996.
BÍBLIA DA AVE MÁRIA. Evangelho de São Marcos. Ed. Ave Mária, 2006.